sexta-feira, 3 de agosto de 2012

DR. SOUSA MARTINS – Médico e Santo



DR. SOUSA MARTINS – Médico e Santo

José Tomás de Sousa Martins
(Alhandra, 7 de Março de 1843- Agosto de 1897)


 Dr. Sousa Martins de seu nome de baptismo José Tomás de Sousa Martins, nasceu em Alhandra a 7 de Março de 1843, vindo a falecer em Agosto de 1897.

Desde cedo sua vida não foi fácil, e bastante jovem foi viver para Lisboa. Empregou-se como marçano na Farmácia Ultramarina, propriedade de um tio seu, sita na Rua de S. Paulo, em Lisboa, e que ainda hoje existe. Tornou-se exímio manipulador de produtos naturais e de praticante de farmácia chegou a farmacêutico. Após o curso de Farmácia, tirou o de Medicina, e em poucos anos tornou-se uma das figuras mais marcantes do século XIX.

Foi professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa. Grande professor, tanto pelo seu saber, quanto pelo lado humano que transmitia, pelos seus alunos era muito estimado e mesmo venerado. A estes ensinou que: “Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e, se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso.” Mesmo depois da sua morte, as suas lições, coligidas, eram referência obrigatória.

 Foi um dos médicos mais prestigiados de Portugal, tendo ficado famoso pela sua luta contra a tuberculose.

Cientista prestigiado, desfrutou de projecção internacional pelo estudo da tuberculose e das doenças nervosas.

Afirmou-se “progressista e ‘maçon’”.

Solteiro, dedicou-se à medicina, física, química, botânica, zoologia, cirurgia, literatura, poesia, filosofia, história e oratória.

Defendeu a construção de sanatórios, afirmando que a zona da serra da Estrela era propícia ao tratamento da tuberculose. Por isso, o primeiro sanatório construído nas Penhas da Saúde, por iniciativa de Alfredo César Henriques se chamou Sanatório Sousa Martins.

A luta contra a tuberculose expunha-o à doença, nos contactos diários e directos com os doentes terminais. Detinha-se junto deles, a amenizar-lhes o medo. Muitos morreram de mãos entre as suas, alguns viram-lhe auras estranhas sobre os cabelos.

O Dr. Sousa Martins foi atacado pela tuberculose. Alguns dizem que querendo evitar o seu próprio sofrimento, suicidou-se em 1897. Outros dizem que faleceu de morte natural, tendo como prova disso a sua certidão de óbito. Os seus restos mortais repousam no cemitério de Alhandra.

Ao tomar conhecimento da morte do Dr. Sousa Martins o rei D. Carlos disse: “Ao deixar o mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu reino”.

Acerca do Dr. Sousa Martins, o prémio nobel Egas Moniz disse: “Notável professor que deixou, atrás de si, um nome aureolado de prelector admirável, de clínico, de orador consagrado, sempre alerta nas justas da Sociedade das Ciências Médicas.”

O escritor Guerra Junqueiro definiu-o como um “Eminente homem que radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade. Foi amigo, carinhoso e dedicado dos pobres e dos poetas. A sua mão guiou. O seu coração perdoou. A sua boca ensinou. Honrou a medicina portuguesa e todos os que nele procuraram cura para os seus males”.

Reputado médico e cientista, Sousa Martins chegou a todas as camadas da sociedade. Após a sua morte, tanto o meio académico, quanto a população tornou-o numa figura muito venerada. Tendo sido construído o Museu Sousa Martins na sua terra natal.

Dr. Sousa Martins não é apenas um nome de médico. Muitos o consideram um santo e dizem que opera milagres. Amigo dos pobres, desamparados e doentes, o Dr. Sousa Martins deu origem a um extraordinário culto em Portugal.

Em Lisboa ou na Guarda, as suas estátuas são visitadas diariamente por devotos que ali depositam flores, objectos em cera e velas. A ele são pedidas graças, a ele são pedidas inúmeras  intervenções divinas. No Dr. Sousa Martins são depositadas as esperanças dos que sofrem.