quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O 111º aniversário da morte do médico Sousa Martins

O 111º aniversário da morte do médico Sousa Martins foi assinalado em 18 de Agosto de 2008. O nome de Sousa Martins está associado à Guarda desde o início do século passado, mercê da estrutura sanatorial que existiu nesta cidade. A toponímia guardense consagra, igualmente, a memória deste vulto da medicina portuguesa, numa das ruas do moderno Bairro da Senhora dos Remédios.

José Tomás de Sousa Martins nasceu em Alhandra, a 7 de Março de 1843, no seio de uma família com escassos recursos económicos. Órfão de pai, aos sete anos, foi com a idade de doze trabalhar como praticante para a Farmácia Ultramarina, em Lisboa, propriedade de um tio seu, Lázaro Joaquim de Sousa Pereira.
Frequentou o Liceu Nacional de Lisboa e a Escola Politécnica; com aulas de manhã, trabalhava de tarde na farmácia e à noite dava explicações de forma a conseguir receitas para as despesas inerentes à sua formação académica. Concluído o curso de farmácia, em 1864, continuou a frequentar a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, terminando o curso de medicina aos 23 anos, em 1866; foi sempre um aluno distinto.

Sousa Martins defendeu a implantação de Casas de Saúde nesta zona serrana, impulsionando a fundação, em 1888, do “Club Herminio”, uma associação de carácter humanitário que se manteve durante cerca de quatro anos; o conceituado tisiologista foi aclamado, pelos membros fundadores, sócio honorário e presidente perpétuo desta instituição de solidariedade. O “Club Herminio” tinha por finalidades promover directa e indirectamente “o melhoramento das condições naturaes da Serra da Estrella, considerada como estação sanitária” através do estabelecimento de casas de saúde sob direcção médica”, o socorro aos doentes mais necessitados do ponto de vista financeiro, e o exercício de “policia hygienica em todos os pontos da Serra e nas habitações”.

Ainda em 1888, e correspondendo aos argumentos de Sousa Martins e de Guilherme Teles de Meneses, o médico Basílio Freire, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, instalou-se na Serra da Estrela, no Verão desse ano, onde assegurou consultas gratuitas aos doentes que o procuravam.
Os esforços que Sousa Martins desenvolveu, fortalecidos pelas suas esclarecidas convicções, em muito contribuíram para a construção do Sanatório que viria a ter o seu nome, perenemente ligado à mais alta cidade de Portugal; para a Guarda vieram milhares de doentes que procuravam aqui a cura desta doença infecto-contagiosa provocada pela micro-bactéria conhecida por “bacilo de Koch”.

A Rainha D. Amélia materializou no sanatório guardense (o primeiro a ser construído pela ANT, inaugurado a 18 de Maio de 1907) a homenagem a Sousa Martins, atribuindo a esta instituição o nome daquele clínico, cuja acção e dinamismo ela tinha já evocado numa intervenção pública da Associação Nacional aos Tuberculosos, realizada em 1889. Sousa Martins, refira-se, tinha falecido dois anos antes, em Alhandra, no dia 18 de Agosto de 1897, depois de ter sido atingido pela tuberculose.

Um pouco por todo o país e no Brasil não têm faltado pessoas que apontam Sousa Martins como o autor de autênticos milagres, na linha de uma devoção popular que se manifesta, objectivamente, em Lisboa (no Campo de Santana) ou em Alhandra.
O singelo monumento que se ergue dentro dos muros do ex-Sanatório da Guarda continua, diariamente, a ser alvo de preces e agradecimentos, apresentando-se quase sempre emoldurado de flores e envolvido em manifestações materiais de agradecimentos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Bibliografia de José Thomás de Sousa Martins

BIBLIOGRAFIA DE JOSÉ THOMÁS DE SOUSA MARTINS

Martins, José Thomás de Sousa, O Pneumogástrico, os Antinomiais, a Pneumonia, Memória apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa, Tipografia da Mesma, Lisboa, 1867.

Martins, José Thomás de Sousa, A Patogenia Vista Á Luz dos Actos Reflexos, Tese de Concurso, Tipografia Universal, Lisboa, 1868.

Martins, José Thomás de Sousa, Patogenia e Célula, 1868

Martins, José Thomás de Sousa, Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional reunida em Viena em 1874, apresentado pelo Delegado português a essa conferência J.T. Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.

Martins, José Thomás de Sousa, Nosografia de Antero, in Antero de Quental, in Memoriam, Porto, 1896, p. 219 a 314, 1874.

Martins, José Thomás de Sousa, Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional, reunida em Viena, em 1874, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.

Martins, José Thomás de Sousa, A Medicina Legal no Processo Joana Pereira, Resposta a uma consulta, Imprensa da Universidade, Coimbra,1878.

Martins, José Thomás de Sousa, A Febre Amarela Importada pela Barca Imogene, Tipografia Portuguesa, Lisboa, 1879.

Martins, José Thomás de Sousa, Os Typhos de Setúbal, Relatório sobre a Memória acerca dos typhos de Setúbal do sr. Dr. Francisco Ayres do Soveral e Parecer sobre essa memória por Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1881.

Martins, José Thomás de Sousa, Movimentos Pupilares - Post -Mortem e Intra- Vitam, Revista de Nevrologia e Psychiatria, Lisboa, 1888, pg. 1 a 10.

Martins, José Thomás de Sousa, A Tuberculose Pulmonar e o Clima de Altitude da Serra da Estrela, Imprensa Nacional, Lisboa, 1890.

Martins, José Thomás de Sousa, Zehobb Cêrvador ( pseudónimo), Costumes da Occidental -Praia - Evolução de uma Lei no Período Metafísico - Físico - Imoral, Tip. da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1890.

Martins, José Thomás de Sousa, Discurso pronunciado na inauguração do Mausoléu Sobral na cidade da Guarda, Tipografia da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1894.

Martins, José Thomás de Sousa, Comemoração de Louis Pasteur, Discurso feito na Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, Tipografia Castro Irmão, Lisboa, 1895

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Os milagres do médico santo Sousa Martins


Vêm de todo o lado. Trazem fé e devoção e alguns aproveitam para pagar promessas e agradecer os milagres do médico que foi beatificado.


Desde que nasceu a sua neta, há três anos, que Maria Odete Sanches vem de Coimbra até Alhandra para participar na Romaria a Sousa Martins, pelo menos uma vez por ano. Maria Odete faz o percurso até ao cemitério de joelhos sem qualquer tipo de protecção, tudo para agradecer a Sousa Martins, pois acredita que foi ele quem ajudou a sua filha, que os médicos consideravam infértil, a ter filhos. Depois de doze anos de muitas tentativas e muito dinheiro gasto em tratamentos, a filha de Maria Odete deu à luz uma menina. “Enquanto for viva quero continuar a frequentar este local”, garante Maria Odete, referindo-se ao cemitério de Alhandra, que abriga o jazigo de Sousa Martins. Para Maria Odete, o sacrifício de arrastar os joelhos nus pelo asfalto não se compara à imensa felicidade de ter consigo a neta que todos lhe diziam que nunca iria ter.

Tal como Maria Odete, várias centenas de devotos de Sousa Martins, vindos de vários pontos do país, deslocaram-se ao Cemitério de Alhandra, na passada quarta-feira, 7 de Março, dia em que se comemora o aniversário do seu nascimento, ocorrido em 1843. Fosse com pequenos ramos ou grandes coroas de flores, todos quiseram deixar uma lembrança ao milagreiro Sousa Martins. Houve também quem deixasse dinheiro ou objectos valiosos, tudo em nome das “graças concedidas” pelo médico.

Berta Mendes veio da Nazaré, numa excursão que juntou dezenas de pessoas. Há 25 anos que Berta marca presença na romaria a Sousa Martins. “Uma questão de fé”, explica, em poucas palavras. “Não venho pedir nada de especial nem agradecer por nada em concreto. Venho por devoção”. “Devoção” é também o motivo dado por Maria Dulce Cruz, de Alcanena para se ter deslocado a Alhandra na fria manhã do dia 7. “Venho todos os anos, desde há sete anos. Da primeira vez vim acompanhar uns amigos e a partir daí passei a vir sempre”, relata. “Quando cá vim pela primeira vez tremia que nem varas verdes pelo caminho”, recorda ainda Maria Dulce. “Quando cá cheguei, não sei explicar como, mas acalmei”. Maria Dulce visita o jazigo de Sousa Martins duas vezes por ano, no aniversário do seu nascimento a 7 de Março e no aniversário da sua morte, a 18 de Agosto. E de cada vez que vem faz questão de trazer gente consigo, tal como há sete anos fizeram com ela.

Quem também é presença assídua em Alhandra nas duas datas, todos os anos, é Ilda Mendes, que viaja de Cabanas de Palmela para celebrar a sua devoção. À porta da Casa Sousa Martins, junto ao Passeio Ribeirinho de Alhandra, Ilda e os amigos que trouxe consigo falam sobre o médico milagreiro. Ilda Mendes vem com um grupo grande de pessoas e preparou uma surpresa para todos eles. “Vamos daqui para um restaurante festejar o aniversário de Sousa Martins”, confidencia. “E ele vai estar connosco de certeza”, acrescenta.

Um aluno brilhante que fez carreira a pulso e nunca esqueceu os mais pobres, Sousa Martins nasceu em Alhandra no dia 7 de Março de 1843. Foi aí que viveu até completar a instrução primária, únicos estudos possíveis na altura em Alhandra. Depois disso, já órfão de pai, partiu para Lisboa, numa fragata. Foi viver com um tio que era farmacêutico e passou a dividir o seu tempo entre o Liceu Nacional de Lisboa e a farmácia onde ajudava o tio. Acaba por ingressar no curso de Farmácia, na Escola Politécnica de Lisboa. Com apenas 21 anos termina o curso com notas brilhantes e, dois anos mais tarde, conclui também o curso de Medicina com Aclamação, apresentando a sua tese “O Pneumogástrico Preside à Tonicidade da Fibra Muscular do Coração”. Em 1872 foi designado Lente da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e, em 1974, Médico Extraordinário do Hospital de São José e nomeado, nesse mesmo ano, Delegado Português na Conferência Sanitária Internacional em Viena. Médico e cientista de renome, ajudou todos os estratos sociais, dedicando também grande parte da sua carreira à investigação, sobretudo da tuberculose. Foi essa mesma doença que acabou por vitimá-lo. Já debilitado, regressa a Alhandra para tentar recuperar-se, mas acabou por falecer a 18 de Agosto de 1897. “Ao deixar o mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu reino”, disse, sobre ele, o rei D. Carlos. Mais de 100 anos volvidos sobre a sua morte, o legado de Sousa Martins continua a ser lembrado tanto no meio académico e científico como pelo povo. O médico santo integra a lista dos nomeados para o concurso dos Grandes Portugueses promovido pela RTP.

In: O Mirante - Arquivo: Edição de 14-03-2007

sábado, 26 de março de 2011

Falar do Professor Dr. Sousa Martins é falar para mim

Falar do Professor Dr. Sousa Martins é falar para mim de uma Fé tremenda e avassaladora... pois vivi uma desgraça que acabou por se transformar em Graça...e que dou Graças a Deus por colocar no percurso desta passagem a que chamo minha vida essa referência elogiosa que teve (tem) o nome desse grande Médico da ultima metade do Século XIX...acreditem vivi a experiência das mais fabulosas e enriquecedoras...quando há 11 anos o meu filho com 6 meses foi infectado por uma bactéria Neisseria menigitidis conhecida também como Menigococo e responsável etiologicamente pela sepsis meningococcica/minigite bacteriana. O prodromio da doença caracteriza-se por prostração, gemido, odinofagia por amigdalite e febre alta com duração de 48-72h...até que aparecem pequenas hemorragias cutaneas generalizadas que não desaparecem à pressão da polpa do dedo...têm o nome de petéquias...é uma situação clínica grave...em que a prescrição precoce de um antibiótico especifico determina o melhor prognostico da doença. Presenti nessa fria manhã de 6/1/1997 que o caso era grave... muito grave...estava perante um bebé que era a coisinha que mais amava na vida, outrora cheio de saúde... e sem perceber como...estava perante todos aqueles sintomas...desesperadamente corri para o jazigo pois moro perto do cemitério de Alhandra e pedi..."Dr. Sousa Martins salvai-me o meu menino!", quando regressei a casa telefonei ao pediatra dele e marquei consulta urgente...e às 14h o menino foi atendido...perante esta situação foi enviado para o SU do Hospital de VFX e transferido para o hospital Dona Estefânia já com o antibiótico prescrito...escoltados pela PSP de ambulância até Lisboa, depressa chegamos o bebé, eu e a médica que acompanhava... já na UCIP do HDE fez paragem cardíaca...foi reanimado...eram 20h e... às 2h da madrugada tinha a pior noticia...pouco haveria a fazer...mas entre a sala de espera e o quarto havia um túnel que a luz do fim dele era a do quarto onde o bebé estava...tive fé e disse à minha mulher quase sem lágrimas para chorar... "olha há uma luz ao fundo do túnel"...corri para e enfermeira cuidadora e dei-lhe a medalha em forma de coração com a imagem do De Sousa Martins, que trazia comigo...e às 6h da manhã os médicos chamaram-nos: pai, mãe e avós para nos despedir-mos...ao entrar no quarto o corpinho enfermo com aspecto cadavérico repousava com a medalha colocada na fralda...e assim fomos para nossa casa a espera do quase inevitável...mas o inesperado aconteceu...à hora do almoço entramos no quarto e...o corpo quase cadavérico estava rosado, continuava entubado, mas estava com melhor aspecto! Perguntei ao clínico que me respondeu que fizera concentrado eritrocitario que veio do Hosp. São José (onde O Dr. Sousa Martins exerceu)...ao fim de 7 dias o menino foi transferido para a enfermaria, com suspeita de lesão cerebral por pouca perfusão devido à paragem cardíaca...com magoa deixa-mos o nosso filho nessa noite nesse quarto de convalescença, pois os pais não estavam autorizados a pernoitar...na manhã seguinte... o milagre aconteceu... o bebé estava sentado na cama de grades a palrar com os outros bebés com suspeita de meningite e/ou em convalescença...coisa que até então mesmo em nossa casa não fazia...então chegou um Sr. enfermeiro estagiário e nos disse..."já lhe dei o banhinho"... e passado um bocado entra novamente com a medicação e disse "já alterei o nº da cama pois é o 21"...e quando olho fiquei...perplexo...extasiado... estava um papel com o nome do meu filho, cama 21 e por baixo a medalhinha outrora na fralda...segura com um alfinete. Desde então tem sido uma criança saudável...sem sequelas...bom aluno...amigo das outras crianças...gosta de desporto...
Fiz um verso:

"21 São os cravos que lhe dou
Pois 21 foi o dia que comigo
Meu filho a casa regressou
Ora não fosse 21 o nº do jazigo
Onde hoje estou"

Escrevo esta dedicatória anexada aos 21 cravos que todos anos lhe ofereço em visita ao jazigo onde se encontra sepultado o Dr. Sousa Martins.

Enquanto há vida há esperança... deixo este testemunho para terem Fé...Bem Haja.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dr. Sousa Martins - Vídeo da romagem ao tumulo do médico


Dr. Sousa Martins

Vídeo da romagem dos crentes ao tumulo do Santo no cemitério de
Alhandra.
http://www.youtube.com/watch?v=3xVEbadm4Mk

Pedido ao Dr. Sousa Martins

Dr. Sousa Martins
No domínio do tempo.
No pensamento infinito.
Nas artes da vida.

Invoco-Te, Dr. Sousa Martins.
E rogo-te. Para que cures
(dizer o nome da pessoa).
(mencionar o nome da doença e onde se encontra)

Invoco-te como médico.
Na terra. E Ser Superior.
No infinito. Peço-te,
Dr. Sousa Martins.
Toma conta deste caso.