quarta-feira, 18 de maio de 2011

Bibliografia de José Thomás de Sousa Martins

BIBLIOGRAFIA DE JOSÉ THOMÁS DE SOUSA MARTINS

Martins, José Thomás de Sousa, O Pneumogástrico, os Antinomiais, a Pneumonia, Memória apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa, Tipografia da Mesma, Lisboa, 1867.

Martins, José Thomás de Sousa, A Patogenia Vista Á Luz dos Actos Reflexos, Tese de Concurso, Tipografia Universal, Lisboa, 1868.

Martins, José Thomás de Sousa, Patogenia e Célula, 1868

Martins, José Thomás de Sousa, Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional reunida em Viena em 1874, apresentado pelo Delegado português a essa conferência J.T. Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.

Martins, José Thomás de Sousa, Nosografia de Antero, in Antero de Quental, in Memoriam, Porto, 1896, p. 219 a 314, 1874.

Martins, José Thomás de Sousa, Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional, reunida em Viena, em 1874, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.

Martins, José Thomás de Sousa, A Medicina Legal no Processo Joana Pereira, Resposta a uma consulta, Imprensa da Universidade, Coimbra,1878.

Martins, José Thomás de Sousa, A Febre Amarela Importada pela Barca Imogene, Tipografia Portuguesa, Lisboa, 1879.

Martins, José Thomás de Sousa, Os Typhos de Setúbal, Relatório sobre a Memória acerca dos typhos de Setúbal do sr. Dr. Francisco Ayres do Soveral e Parecer sobre essa memória por Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1881.

Martins, José Thomás de Sousa, Movimentos Pupilares - Post -Mortem e Intra- Vitam, Revista de Nevrologia e Psychiatria, Lisboa, 1888, pg. 1 a 10.

Martins, José Thomás de Sousa, A Tuberculose Pulmonar e o Clima de Altitude da Serra da Estrela, Imprensa Nacional, Lisboa, 1890.

Martins, José Thomás de Sousa, Zehobb Cêrvador ( pseudónimo), Costumes da Occidental -Praia - Evolução de uma Lei no Período Metafísico - Físico - Imoral, Tip. da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1890.

Martins, José Thomás de Sousa, Discurso pronunciado na inauguração do Mausoléu Sobral na cidade da Guarda, Tipografia da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1894.

Martins, José Thomás de Sousa, Comemoração de Louis Pasteur, Discurso feito na Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, Tipografia Castro Irmão, Lisboa, 1895

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Os milagres do médico santo Sousa Martins


Vêm de todo o lado. Trazem fé e devoção e alguns aproveitam para pagar promessas e agradecer os milagres do médico que foi beatificado.


Desde que nasceu a sua neta, há três anos, que Maria Odete Sanches vem de Coimbra até Alhandra para participar na Romaria a Sousa Martins, pelo menos uma vez por ano. Maria Odete faz o percurso até ao cemitério de joelhos sem qualquer tipo de protecção, tudo para agradecer a Sousa Martins, pois acredita que foi ele quem ajudou a sua filha, que os médicos consideravam infértil, a ter filhos. Depois de doze anos de muitas tentativas e muito dinheiro gasto em tratamentos, a filha de Maria Odete deu à luz uma menina. “Enquanto for viva quero continuar a frequentar este local”, garante Maria Odete, referindo-se ao cemitério de Alhandra, que abriga o jazigo de Sousa Martins. Para Maria Odete, o sacrifício de arrastar os joelhos nus pelo asfalto não se compara à imensa felicidade de ter consigo a neta que todos lhe diziam que nunca iria ter.

Tal como Maria Odete, várias centenas de devotos de Sousa Martins, vindos de vários pontos do país, deslocaram-se ao Cemitério de Alhandra, na passada quarta-feira, 7 de Março, dia em que se comemora o aniversário do seu nascimento, ocorrido em 1843. Fosse com pequenos ramos ou grandes coroas de flores, todos quiseram deixar uma lembrança ao milagreiro Sousa Martins. Houve também quem deixasse dinheiro ou objectos valiosos, tudo em nome das “graças concedidas” pelo médico.

Berta Mendes veio da Nazaré, numa excursão que juntou dezenas de pessoas. Há 25 anos que Berta marca presença na romaria a Sousa Martins. “Uma questão de fé”, explica, em poucas palavras. “Não venho pedir nada de especial nem agradecer por nada em concreto. Venho por devoção”. “Devoção” é também o motivo dado por Maria Dulce Cruz, de Alcanena para se ter deslocado a Alhandra na fria manhã do dia 7. “Venho todos os anos, desde há sete anos. Da primeira vez vim acompanhar uns amigos e a partir daí passei a vir sempre”, relata. “Quando cá vim pela primeira vez tremia que nem varas verdes pelo caminho”, recorda ainda Maria Dulce. “Quando cá cheguei, não sei explicar como, mas acalmei”. Maria Dulce visita o jazigo de Sousa Martins duas vezes por ano, no aniversário do seu nascimento a 7 de Março e no aniversário da sua morte, a 18 de Agosto. E de cada vez que vem faz questão de trazer gente consigo, tal como há sete anos fizeram com ela.

Quem também é presença assídua em Alhandra nas duas datas, todos os anos, é Ilda Mendes, que viaja de Cabanas de Palmela para celebrar a sua devoção. À porta da Casa Sousa Martins, junto ao Passeio Ribeirinho de Alhandra, Ilda e os amigos que trouxe consigo falam sobre o médico milagreiro. Ilda Mendes vem com um grupo grande de pessoas e preparou uma surpresa para todos eles. “Vamos daqui para um restaurante festejar o aniversário de Sousa Martins”, confidencia. “E ele vai estar connosco de certeza”, acrescenta.

Um aluno brilhante que fez carreira a pulso e nunca esqueceu os mais pobres, Sousa Martins nasceu em Alhandra no dia 7 de Março de 1843. Foi aí que viveu até completar a instrução primária, únicos estudos possíveis na altura em Alhandra. Depois disso, já órfão de pai, partiu para Lisboa, numa fragata. Foi viver com um tio que era farmacêutico e passou a dividir o seu tempo entre o Liceu Nacional de Lisboa e a farmácia onde ajudava o tio. Acaba por ingressar no curso de Farmácia, na Escola Politécnica de Lisboa. Com apenas 21 anos termina o curso com notas brilhantes e, dois anos mais tarde, conclui também o curso de Medicina com Aclamação, apresentando a sua tese “O Pneumogástrico Preside à Tonicidade da Fibra Muscular do Coração”. Em 1872 foi designado Lente da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e, em 1974, Médico Extraordinário do Hospital de São José e nomeado, nesse mesmo ano, Delegado Português na Conferência Sanitária Internacional em Viena. Médico e cientista de renome, ajudou todos os estratos sociais, dedicando também grande parte da sua carreira à investigação, sobretudo da tuberculose. Foi essa mesma doença que acabou por vitimá-lo. Já debilitado, regressa a Alhandra para tentar recuperar-se, mas acabou por falecer a 18 de Agosto de 1897. “Ao deixar o mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu reino”, disse, sobre ele, o rei D. Carlos. Mais de 100 anos volvidos sobre a sua morte, o legado de Sousa Martins continua a ser lembrado tanto no meio académico e científico como pelo povo. O médico santo integra a lista dos nomeados para o concurso dos Grandes Portugueses promovido pela RTP.

In: O Mirante - Arquivo: Edição de 14-03-2007